TERCEIRO CAPÍTULO.


"Já a chegar ao portão da escola, outra interrupção se deu no meu caminho até ao carro. O M correu atrás de mim, e toucou-me nas costas. Virei-me.
- Diz. - perguntei com esperança de ser algo bom, o que me tinha para dizer.
- Tenho saudades de estar contigo, hoje podes sair? - perguntou-me, sorrindo.
Senti o meu coração bater a mil à hora.
- Não. - hesitei.
- Está bem... - vi a expressão de desilusão na cara dele.
- Quer dizer, sim! - interrompi-o.
Não sei porque razão lhe disse que não, talvez tenha hesitado, e por momentos senti que, se dissesse que sim, estava a fazer algo errado. Foi uma sensação estranha, confesso.
- Boa! - sorriu ainda mais - então eu ligo-te depois. - continuou.
- Certo. - sorri-lhe e virei costas.
Ía com um sorriso enorme na cara; como uma criança feliz com o seu novo brinquedo.
Finalmente, cheguei ao carro.
- Porque demoraste tanto, Rita? - perguntou o meu pai - não sei se sabes, mas entro às duas!
- Desculpa. Vá, arranca com o carro. - disse, com ironia à mistura.
A partir daí, nada de especial aconteceu. Almocei, e fiquei à espera do telefonema do M. Enquanto terminava a última questão, senti o telemóvel no bolso a tremer. Senti as pernas a acompanhar a vibração do telemóvel, pareciam duas varas e o meu coração disparou.
Atendi.
- Sim, Rita, vem ter comigo.
- Onde?
- À escola, acabei agora as aulas. 
- Está bem. Até já! 
A voz dele penetrou no meu pensamento e até chegar à escola, não ouvia mais nada, sem ser a voz dele dizendo "Rita, vem ter comigo". Nem sei como esqueci durante aqueles cinco minutos, a voz do meu  Matt. Era só o M, só ele. Invade o meu pensamento repentinamente, sem sequer pedir autorização
Cheguei à escola, lá estava ele sentado no banco à entrada. Via-se à distância, a presença dele era a única que eu via naquele momento, não havia mais ninguém à volta. Só ele.
- Olá! - sorri de forma estúpida...
Respondeu com um sorriso.
- Onde vamos? - perguntei, apesar de saber a resposta. Íamos sempre para o mesmo sítio. Era sempre lá que falávamos sobre tudo, tudo. Ainda quando o meu sentimento por ele não era tão grande, e tão único...
- Onde é que será? - disse com ironia.
- Pois. - comecei-me a rir.
- Mas hoje vai ser diferente. - ao dizer isto, o meu coração disparou mais uma vez.
- Parece-me bem... - disse eu, imóvel. 
Reparei que talvez ele sinta o mesmo que eu. Mas as dúvidas, permaneciam, pois eu só acredito no que vejo. Não falávamos há algum tempo, afastamo-nos de repente, sem nenhuma explicação lógica. De qualquer das formas, não me preocupei com isso; ele era a única coisa que importava naquela altura.
Levantámo-nos e seguimos caminho, em direcção ao nosso sítio  (...)"

(foto da minha autoria. amo-te beatriz.)


P.S.: peço desculpa pela demora e pelo tamanho. Obrigada a todos(as) por acompanharem!

8 comentários:

obrigada! volta sempre. cheers*